segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dia de Pacheco


Não lembro quando fui pela ultima vez assistir um jogo de futebol como torcedor, no estádio. Acho que foi em Jayme Cintra, em 1991, num jogo do Paulista F.C.
Desde 1992 vou ao estádio para trabalhar.

A profissão tomou conta dos finais de semana e consequentemente das poucas oportunidades de assistir um joguinho. Confesso. Estava com saudades.
Neste final de semana, vesti a camisa da seleção ao lado da minha querida esposa e fui para Salvador assistir a seleção brasileira. Foi uma verdadeira aventura.

Na sexta, a tensão do transito em São Paulo e as manifestações, quase adiaram meu dia de Pacheco. Foi duro, mas cheguei a salvo em Cumbica.
Porém, os problemas só estavam começando.

O aeroporto de Cumbica estava lotado.Filas intermináveis, correria, pessoal de apoio despreparado, banheiros sujos e atrasos.
Vôos cancelados e a maioria atrasado. Sorte o meu, para Salvador, estava atrasado. Três horas... intermináveis três horas. Pura angústia.

Neste momento, os questionamentos aparecem. Vale a pena? Pra que passar por isso?
Em Salvador, depois da meia noite, tomar um taxi em uma tarefa complicada. Tem que pagar caro pra conseguir. Bem caro.

No dia do jogo, tomei o cuidado de acessar as redes sociais para saber do cronograma das manifestações que estavam marcadas para Salvador antes de Brasil x Itália.
Antecipamos a saída e tivemos que ir a uma espécie de bolsão de transporte público. Isso mesmo. Foi disponibilizado, no estacionamento do Shopping Iguatemi de Salvador, centenas de ônibus de linha, para transportar o publico que já tinha ingresso do jogo.

Afinal, o tal legado e melhoria no transporte nas capitais em virtude da Copa é conto de fadas. Não melhorou absolutamente nada. Aliás, só piorou.
As imediações da Arena Fonte Nova estavam interditadas para evitar manifestos e para segurança do evento.

Detalhe: transporte gratuito e bem organizado. Ninguém viajou em pé. Porém, uma fila gigantesca. Mas, tudo improvisado para o evento.
Apesar de chegar rapidamente e com segurança ao estádio, à distância para chegar do ponto final do transporte até a entrada da Fonte Nova não é tarefa para quem tem dificuldade de locomoção. São ladeiras e rampas intermináveis. Tarefa para quem está em forma.

Quando avistei a nova Arena fiquei impressionado. Muito diferente da Fonte Nova, onde trabalhei em 1998.
Realmente, construíram um senhor local para quem gosta do futebol.

A estrutura para esta Copa das Confederações é digna de grandes eventos mundiais.
Os acessos são visíveis, banheiros limpos, segurança, limpeza, beleza e acomodação.

Não funcionou o atendimento para quem precisava se alimentar. Algumas filas e poucas opções.
Dentro do estádio a visão para o campo é perfeita. Além da beleza. Ficou lindo...

Muitas crianças e mulheres frequentando o evento. Fato muito positivo.
Não achei que viveria para estar no Brasil em um estádio com acomodações e estrutura como vi na Arena Fonte Nova.

Tem problemas. Mas, a evolução e as melhorias foram significativas.
Sobre o jogo, digo que comemorei como torcedor comum e não prestei muita atenção.

Dois pontos maravilhosos. O povo cantando o Hino Nacional e a vitória da seleção brasileira.
Foi mágico.

Uma pena que dura poucas horas e temos que voltar a realidade.
Quando acabou e tivemos que correr para pegar o ônibus que nos levaria de volta, o transito, as manifestações, o caos nos aeroportos, a falta de educação de algumas pessoas deixam marcas e as perguntas voltam.

Valeu a pena?
Faria tudo de novo.

Valeu a pena.

CHBP 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Balé espanhol.


 
Sempre gostei do futebol bem jogado. Com bola no chão. Pensado e organizado.
Vi muitos jogarem assim. A seleção do Brasil de 1982, o Santos de Pelé, o Flamengo de Zico, o Atlético MG de Reinaldo, o São Paulo de Telê, o Corinthians de Sócrates, o Palmeiras de Ademir da Guia, o Barcelona de Messi, etc.

Meu saudoso pai dizia que o futebol tinha que ser espetáculo. Com toque de bola perfeito. Segundo ele, para a torcida gostar de verdade do time, a bola tinha que ser bem tratada. Dar show.
Com a simplicidade das palavras, o conceito estava correto. O futebol bonito é o que encanta e apaixona.

Durantes anos o Brasil deu show. Encantou com o seu futebol moleque.
Infelizmente, não é mais assim.

Nos últimos anos a Espanha roubou o nosso lugar de protagonistas da bola. Viramos coadjuvantes.
Primeiro com o Barcelona de Messi e do maestro Guardiola. Discípulo do futebol bem jogado. O futebol brasileiro.

Também a atual campeã do mundo.
A Espanha joga um futebol de posse de bola. Passes corretos e posicionamento sem a bola.

Guardada as dividas proporções, o futebol da seleção espanhola é um verdadeiro balé.

Perfeito, cerebral e encantador.

CHBP

 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Futebol da elite.



Estão transformando nosso futebol em produto da elite. Sem critérios.
A modernização dos nossos estádios está desprezando nossa cultura esportiva.
A presença do povão.
O futebol nos estádios sempre foi consumido pela classe mais humilde.
No Maracanã, por exemplo, tínhamos a setorização e a chamada geral. No setor, o povão poderia frequentar o estádio.
A concepção das novas arenas privilegia Sócios torcedores, locais para empresas e setores caríssimos.
Os comandantes do futebol estão preocupados com os resultados imediatos.
A saída é produzir espetáculos com mais qualidade com acesso para todos. Sem distinção.
Afinal, uma reforma que custou mais de R$ 1 Bilhão poderia contar com um setor popular seguindo o manual da FIFA.
Sem opção para ir ao estádio, o povo brasileiro ficará com a fatia menor das transmissões pela TV.
Até pela telinha acontece elitização.
Caso queira assistir seu time terá que pagar caro.
Assim será o futebol no Brasil depois de 2014.
Futebol caro e somente para a elite.
Como já acontece na Europa.

 
CHBP

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pente fino.


 
Somos exigentes. O brasileiro quer uma seleção que vença e convença.
A grande verdade é que não somos mais os melhores do mundo. Faz tempo.
Hoje, o futebol brasileiro faz parte do segundo escalão do futebol mundial. Essa é a nossa realidade.
A geração atual de jogadores é discutível. Individualmente são bons, mas coletivamente ainda não correspondem.
Pra piorar, os nossos técnicos estão ultrapassados. Com algumas exceções.
Somente com uma grande renovação teremos chances de voltar aos tempos de glória. Renovação que obrigatoriamente tem que começar pela CBF.
Novos dirigentes, nova mentalidade e com olhos voltados para o trabalho de base dentro dos clubes.
Não adianta nada a CBF forte e os clubes falidos.
Precisamos de leis que possam fortalecer os clubes e impedir a saída precoce dos nossos meninos para o exterior.
Leis que limitem o trabalho dos empresários.
Somente assim poderemos voltar ao topo do futebol mundial.
CHBP