Não lembro quando fui pela ultima vez assistir um jogo de futebol como torcedor, no estádio. Acho que foi em Jayme Cintra, em 1991, num jogo do Paulista F.C.
Desde 1992 vou ao estádio para trabalhar.
A profissão tomou conta dos finais de semana e
consequentemente das poucas oportunidades de assistir um joguinho. Confesso.
Estava com saudades.
Neste final de semana, vesti a camisa da seleção ao lado da
minha querida esposa e fui para Salvador assistir a seleção brasileira. Foi uma
verdadeira aventura.
Na sexta, a tensão do transito em São Paulo e as
manifestações, quase adiaram meu dia de Pacheco. Foi duro, mas cheguei a salvo
em Cumbica.
Porém, os problemas só estavam começando.O aeroporto de Cumbica estava lotado.Filas intermináveis, correria, pessoal de apoio despreparado, banheiros sujos e atrasos.
Vôos cancelados e a maioria atrasado. Sorte o meu, para Salvador, estava atrasado. Três horas... intermináveis três horas. Pura angústia.
Neste momento, os questionamentos aparecem. Vale a pena? Pra
que passar por isso?
Em Salvador, depois da meia noite, tomar um taxi em uma
tarefa complicada. Tem que pagar caro pra conseguir. Bem caro.
No dia do jogo, tomei o cuidado de acessar as redes sociais
para saber do cronograma das manifestações que estavam marcadas para Salvador
antes de Brasil x Itália.
Antecipamos a saída e tivemos que ir a uma espécie de bolsão
de transporte público. Isso mesmo. Foi disponibilizado, no estacionamento do
Shopping Iguatemi de Salvador, centenas de ônibus de linha, para transportar o
publico que já tinha ingresso do jogo.
Afinal, o tal legado e melhoria no transporte nas capitais
em virtude da Copa é conto de fadas. Não melhorou absolutamente nada. Aliás, só
piorou.
As imediações da Arena Fonte Nova estavam interditadas para
evitar manifestos e para segurança do evento.
Detalhe: transporte gratuito e bem organizado. Ninguém
viajou em pé. Porém, uma fila gigantesca. Mas, tudo improvisado para o evento.
Apesar de chegar rapidamente e com segurança ao estádio, à
distância para chegar do ponto final do transporte até a entrada da Fonte Nova
não é tarefa para quem tem dificuldade de locomoção. São ladeiras e rampas
intermináveis. Tarefa para quem está em forma.
Quando avistei a nova Arena fiquei impressionado. Muito
diferente da Fonte Nova, onde trabalhei em 1998.
Realmente, construíram um senhor local para quem gosta do
futebol.
A estrutura para esta Copa das Confederações é digna de
grandes eventos mundiais.
Os acessos são visíveis, banheiros limpos, segurança,
limpeza, beleza e acomodação.
Não funcionou o atendimento para quem precisava se alimentar.
Algumas filas e poucas opções.
Dentro do estádio a visão para o campo é perfeita. Além da
beleza. Ficou lindo...
Muitas crianças e mulheres frequentando o evento. Fato muito
positivo.
Não achei que viveria para estar no Brasil em um estádio com
acomodações e estrutura como vi na Arena Fonte Nova.
Tem problemas. Mas, a evolução e as melhorias foram
significativas.
Sobre o jogo, digo que comemorei como torcedor comum e não
prestei muita atenção.
Dois pontos maravilhosos. O povo cantando o Hino Nacional e
a vitória da seleção brasileira.
Foi mágico.
Uma pena que dura poucas horas e temos que voltar a
realidade.
Quando acabou e tivemos que correr para pegar o ônibus que
nos levaria de volta, o transito, as manifestações, o caos nos aeroportos, a
falta de educação de algumas pessoas deixam marcas e as perguntas voltam.
Valeu a pena?
Faria tudo de novo.
Valeu a pena.